Neste material estaremos configurando o sistema operacional SUSE Linux Enterprise Server 10 x86_64 no servidor Dell PowerEdge 2900 de uma forma compatível com diversos serviços necessários na rede – tais como, proxy, servidor de arquivos, entre outros – devido a organização das partições e ferramentas utilizadas (LVM e RAID).
Detalhes de configuração do Dell PowerEdge 2900
A Dell se mostra muito eficiente na distribuição de seus serviços/produtos. Podemos configurar facilmente um servidor de acordo com nossa necessidade com alguns cliques no site de vendas da mesma. Neste trabalho, o servidor possui as seguintes configurações (detalhes básicos):
Processador: Intel Xeon 4 Quad-core 2.33GHz
Memória: 2 GB
Discos: 3 Discos Rígidos de 500 GB cada, totalizando 1,5 TB
Num ambiente de produção, podemos utilizar várias configurações RAID por middleware, conforme veremos em detalhes neste estudo. Os próprios aplicativos de configuração da Dell fornecem de forma transparente a configuração de tais recursos.
Por que utilizar o SUSE Linux Enterprise Server 10?
Lembre-se que devemos trabalhar com o sistema que melhor nos atende em determinada situação. Se o Redhat for a melhor escolha, trabalharemos com ele. Se o Microsoft Windows 2003 Server atender as necessidades da empresa de forma otimizada, ele será escolhido. Se o Debian for a melhor opção, certamente o escolheríamos. Neste trabalho, optamos em utilizar o SUSE por um simples motivo: ele é homologado pela Dell. Isso implica na utilização do suporte da Dell quando necessário (pois estamos utilizando um de seus sistemas homologados). Caso contrário, o suporte poderia não ser fornecido (na verdade, não iria ser fornecido). Além disso, a Novell não mediu esforços na confecção do SUSE. Ele é um excelente sistema operacional.
Passos iniciais da instalação
Detalhe importante: ao trabalhar com um servidor Dell, lembre-se de iniciar a instalação pelos CD/DVDs fornecidos pela própria empresa. Isso se faz necessário pelo fato de que a configuração de middleware é realizada abaixo da camada de sistema, ou seja, se configurarmos um RAID pelas ferramentas da Dell, o sistema operacional não poderá alterar tais configurações – na verdade ele nem saberá que existe tais configurações. Resumindo: comece a instalar pelo CD/DVD da Dell.
Inicie o servidor com o CD/DVD Installation Disk Start Here no Drive
Selecione a opção Dell System Build and Update Utitity
Configuração através das ferramentas da Dell (antes do SO)
Como já foi dito, essas configurações ocorrem abaixo do sistema operacional – o mesmo não poderá alterá-las posteriormente. Quando o servidor iniciar a interface de configuração, ele lhe dará quatro opções principais.
Selecione Server OS Installation
Na tela Set the data and time – obviamente – você deve configurar a data e hora do sistema. Após as configurações, clique em continue.
Na próxima tela, Select Operating System, você selecionará o sistema operacional a ser instalado. Observe que estes são os sistemas homologados pela Dell. Dentre esses vários sistemas Microsoft, no final da lista, temos nossas opções Linux. Selecione SUSE Linux Entreprise Server 10 x86_64.
Você deve optar pela criação da partição de utilidades Dell marcando a opção create utility partition.
Clique em continue.
Selecione a opção Configure RAID e clique em continue.
Em Configure RAID, você terá as possíveis configurações de RAID disponíveis pela quantidade de discos que existem no servidor. Neste trabalho, por termos três discos, podemos optar pelas seguintes opções:
RAID 0: Nesta opção os dados são divididos em stripes, sendo cada stripe armazenado em um dos discos disponíveis. Nesta configuração, temos perda de confiabilidade – pois se um dos discos apresentar problema, não teremos como recuperar. A grande vantagem está na leitura dos dados, que apresenta maior performance.
RAID 1: Espelhamento. Poderemos utilizar dois Hds, sendo um espelho do outro. O terceiro poderia também ser configurado como Hotspare – um disco ocioso que se tornará ativo (espelho) se um dos dois já utilizados apresentarem problema. Neste caso teremos a perda de um disco – perda não, ociosidade no caso de um bom funcionamento dos outros dois Hds. Porém teremos uma segurança reforçada. Para uma perda total, os três discos teriam que queimar.
RAID 5: Esta opção oferece um armazenamento numa seqüência de discos, onde os dados são divididos entre os discos, sendo que um deles armazena a paridade. Com a paridade é possível recuperar o valor existente em um dos outros discos, se por ventura este apresentar problemas.
RAID 6: Similar ao RAID 5, porém com o dobro de bits de paridade. Com esse sistema é possível recuperar os dados até se dois discos apresentarem problemas.
Neste trabalho, poderemos optar por qualquer alternativa, pois toda a configuração depende de um único disco. Um tipo ou outro de RAID vai melhorar a performance e a segurança (como o esperado). De qualquer forma, em qualquer situação, o sistema operacional vai detectar um único disco – a configuração do RAID (neste estudo) é feita pelo middleware da Dell e não pelo sistema SUSE Linux. Não vou focar a seleção de nenhum RAID específico. Cabe a você e sua equipe de infra-estrutura a decidir qual será a alternativa que melhor atende sua situação.
Clique em continue.
Na próxima tela, Configure Physical Disk, você poderá configurar as partições no disco. Neste trabalho, o esquema de partições obedece à definição a seguir.
Configuração das Partições
A interface de configuração da Dell é muito intuitiva. Apenas arraste as barras para definir o tamanho desejado. O esquema utilizado aqui foi:
Ponto de Montagem Espaço Utilidade
/ 3.000MB Partição do sistema Linux
/boot 200MB Kernel (compilado) do Linux
swap 4.096MB Área de troca (swaping)
/usr 8.240MB Diretório de muitas aplicações (inclusive o X)
/home 5.886MB Home-área dos usuários comuns
/var 3.000MB Muitos arquivos, inclusive os LOGs
/arquivos 451.912MB Partição de arquivos com várias utilidades*
* - Esta partição conterá os arquivos associados a utilidade do servidor. Se for um servidor de aplicação, as aplicações ficarão aqui. Para um servidor de arquivos, o diretório pode ser utilizado. Para um servidor Proxy, armazena o cache em /arquivos. Em fim, você poderá utilizar essa partição para a atividade fim do servidor. Mantê-la em partição separada facilita o procedimento de backup.
Outro detalhe importante: estas partições serão definidas, por padrão, com LVM. Você não precisará realizar as configurações lógicas na mão depois.
Clique em continue.
Estamos agora na tela Installation Summary.
Por default, o sistema de arquivos utilizado é o ReiserFS. Existem algumas opções que podem ser marcadas. Eu optei em marcá-las:
Save installation summary at /root/summary.htm
Save unattended installation script at /root/dsa_autoinst.xml
Eject CD/DVD automaticamente
Fica claro a funcionalidade definida por cada uma das opções. Clique em continue.
Vamos à instalação. Estamos na tela Install Operating System.
Durante a instalação, será necessário inserir o CD/DVD do SUSE. Insira-o quando solicitado.
Após a instalação – na verdade, uma cópia dos arquivos do sistema para o disco – clique em finish.
Retire o CD/DVD do drive quando possível.
A próxima etapa consiste na verdadeira instalação e configuração do sistema.
Instalação e Configuração do SUSE
Em primeiro plano, na etapa Hostname and Domain Name, obviamente, devemos definir o nome do servidor e do domínio, respectivamente nos campos Host name e Domain name. Desmarque a opção Change Hostname via DHCP se seu servidor não buscar o nome pelo DHCP.
Clique em Next.
Na próxima tela, Password for the System Administrator, você deverá definir a senha do ROOT.
Clique em Next.
Na tela de configuração de rede, denominada Network Configuration, podemos realizar todas as configurações de rede necessárias. Particularmente prefiro manter o default (obter endereços e dados pelo DHCP) e realizar tais configurações após a instalação. Dessa forma posso centralizar todos os parâmetros de configuração do servidor em um único arquivo (script) de configuração – onde inclusive, pode-se definir os dados da rede. Mas cabe à equipe de infra definir sua estratégia. Realize as configurações necessárias de acordo com usa necessidade.
Deve-se atentar nos detalhes:
SSH port is disabled e Firewall – enabled. Para permitir acesso ao SSH, clique em disabled.
Você também poderá desabilitar o firewall default. Lembre-se que, desabilitando o firewall default, seu servidor está aberto. Você precisará criar suas próprias regras iptable para manter a segurança. Neste estudo, por prática interna, mantivemos o firewall desabilitado – a configuração foi definida após a instalação.
Clique em Next.
Na tela Test Internet Connection você poderá testar sua conexão. Caso não queira, clique em Skip.
Em Installation Settings poderemos fazer algumas configurações deste servidor. Neste projeto foi alterada a situação de OpenLDAP Server para No.
A próxima tela você poderá especificar a alternativa de autenticação utilizada neste servidor. Escolha a opção que melhor lhe atende. Optamos, neste caso, na autenticação local, ou seja, através da opção Local (/etc/passwd).
Clique em Next.
Na tela New Local User, poderemos configurar os usuários comuns do sistema. Crie-os de acordo com sua necessidade. Clique em Next.
Em Release Notes, clique em Next. Em Hardware Configuration, clique em Next.
Observação: é claro que se algo precisar ser alterado, você fará as configurações. Neste trabalho, estas duas últimas telas apresentaram as informações de forma íntegra.
Por fim, na tela Instalation Completed, clique em Finish.
O sistema está instalado com sucesso.
Configurações finais
Por default, a instalação do SUSE fornecida pelos procedimentos Dell, mantém a interface gráfica. Como se trata de um servidor, preferencialmente eu modifico a inicialização do sistema, mantendo apenas o modo multiusuário com acesso a rede pelo shell. Nos testes realizados, o consumo de memória diminuiu em mais de 50%.
Para realizar essa configuração, altere o arquivo /etc/inittab. Mas especificamente, modifique-o para que a linha abaixo:
# The default runlevel is defined here
id:5:initdefault:
Fique assim:
# The default runlevel is defined here
id:3:initdefault:
Isto apenas modifica o runlevel do sistema de Full multiuser with network and xdm para Full multiuser with network. Reinicie o servidor (como init 6).
Pronto para o batente!
Apesar de simples e intuitiva, espero ter colaborado em sua instalação.
Abraços,
Guilherme Pontes
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