sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Configuração da Placa Mãe

1   INTRODUÇÃO

            Hoje em dia, existem modelos de placas mãe que são mais acessíveis e mais fáceis de serem configuradas, a ponto de reconhecerem qual processador está encaixado e definir qual á freqüência e voltagem apropriada para o mesmo. Mas isso nem sempre foi assim, há pouco tempo atrás às placas precisavam ser configuradas manualmente através dos famosos Jumpers. Nesta apostila, além de vermos algumas configurações com Jumpers, também estudaremos os encaixes para o painel do gabinete (Luzes e Botões).

2   PRINCIPAIS JUMPERS

            Como já foi dito, algumas destas configurações fica reservada apenas para as placas mais antigas, pois nos modelos novos, essa configuração é desnecessária. Antes de vermos os principais Jumpers que as placas possuem, temos que observar o fato de que para configurarmos nossa placa, fica extremamente mais fácil, quando estamos de posse de nosso Manual da Placa, fato que nem sempre é possível.
            No manual teremos todas as informações que precisaremos para configura-la e assim evitar problemas de encaixes errados nas horas erradas. Mas como isso na maioria das vezes não é possível, teremos que encarar nossa placa a olho nu, ou seja, vamos procurar direto nela a localização dos Jumpers necessários para que possamos fazer nossas configurações.
            Vamos ver agora os principais Jumpers que teremos que configurar:

Freqüência do Processador: Este Jumper, como o próprio nome já sugere, permite-nos configurar a que freqüência interna nosso processador irá trabalhar, ou seja, quantas vezes teremos que multiplicar a freqüência da nossa placa-mãe para podermos alcançar a freqüência do nosso processador.
Para realizar essa configuração, vamos precisar de duas informações importantes, qual é a freqüência da nossa placa-mãe está trabalhando, e qual é a freqüência do nosso processador. Na placa teremos Jumpers que serviram para definir a freqüência da placa, e outros (fisicamente localizados perto um do outro) para dizer quantas vezes iremos multiplicar essa freqüência para que nosso processador possa trabalhar da maneira correta. Apesar de parecer uma tarefa difícil, não é, precisamos apenas de muita atenção na hora da multiplicação correta da freqüência externa.
            Para entendermos melhor, vamos dar um exemplo. Vamos supor que iremos configurar em nossa placa de 66 Mhz um Pentium II de 200 Mhz. Para realizar essa conta, basta multiplicar as possíveis vezes pela freqüência (ainda no papel) e ver qual delas é a configuração certa, ou seja, se multiplicarmos nossa freqüência da placa por 2 termos uma freqüência de 132 MHz (aproximada para os processadores de freqüência 133 MHz), ou seja, ainda não alcançamos nossos 200 MHz. Se multiplicarmos por 2,5 teremos 165 MHz (para os processadores de 166 MHz), e enfim se multiplicarmos por 3 teremos 198 MHz que é o resultado mais próximo do nosso processador, então esta será nossa configuração do Jumper Multiplicador.
            Para facilitar nosso trabalho, temos no anexo 1 desta apostila, uma tabela que apresenta várias configurações para alguns processadores.
            Para descobrirmos a freqüência de um processador teremos que ver em suas inscrições os valores da mesma. Geralmente ela fica encontrada na terceira ou segunda linha, nos últimos números, ou mesma destacada (como nos AMD’se alguns Pentium). Vejam algumas fotos das freqüências:
           
Pentium PRO – 133 MHz

Isso varia de processador para processador. É claro que quando formos comprar um processador iremos escolher sua freqüência, e por isso não precisaremos ficar procurando.

Voltagem do Processador: Como nós já vimos, se configurarmos uma voltagem maior para nosso processador ele ira ser danificado, devido ao superaquecimento que isto causaria aos processadores. Mas como toda regra, esta também há sua exceção. Em certos casos é necessário configurar 1 volt a mais ou a menos, pois a placa não possui uma configuração apropriada para o mesmo. Os próprios fabricantes garantem que nestes casos eles suportaram perfeitamente, o que não pode é colocar um processador de 2.8 v numa configuração de 3.3 v.
            Em alguns casos, no próprio processador vem escrito a qual voltagem ele trabalha, e assim poderemos configura-lo corretamente, caso contrário teremos que pesquisar. Abaixo temos uma referencia para algumas voltagens:

·        Voltagem para o Pentium: Para podermos configurar a voltagem de um Pentium, primeiro teremos que descobrir se ele é um Pentium VRE ou STD e para isso deveremos olhar a 4ª linha das instruções escritas nele. Se a primeira letra depois da barra (/) for um S ele é um Pentium STD que trabalha a 3.3v e se for uma letra V ele é um VRE que trabalha a 3.5v. Apenas para os casos em que placas que não oferecem a voltagem 3.3, poderemos configurar nosso STD com 3.5v. Apesar de teoricamente isto aumentar seu aquecimento, irá funcionar só diminuindo um pouco a vida útil do processador.
·        Voltagem para o Pentium MMX: Para este modelo de Pentium teremos que configurar a voltagem de 2.8v.
·        Voltagem para o AMD K6: Estes processadores vêm com a voltagem escrita no próprio processador, o que facilita muito o trabalho, pois este processador possui modelos com 2.9 (também funciona a 2.8), 3.2, 3.3 e 2.2 volts.
·        Voltagem para os Cyrix: Todos os processadores Cyrix funcionam com a voltagem de 2.9 volts (funciona perfeitamente a 2.8 volts). Essa regra só não é válida para os processadores mais antigos, que variam muito sua voltagem, mas como os K6’s, também trazem estampada sua voltagem.

Obs.: Ao configurarmos o processador, um pouco mais de atenção nunca é demais.
            Já que estamos falando de processador, não poderíamos esquecer de ligar nosso Cooler. Em alguns casos ele é diretamente ligado a Fonte, em outros ligados direto na placa, no encaixe chamado CPU FAN. Para encaixá-lo basta conectar o fio que sai do Cooler a este conector.

Apagando a BIOS: Existe um Jumper em nossa placa que nos permite apagar nossa BIOS, ou melhor, apagar todas as configurações que estão feitas nela, voltando para as configurações de fábrica. Precisaremos fazer isso nos casos em que teremos que entrar nela, mas esquecemos ou simplesmente não sabemos sua senha de acesso (caso esteja habilitada). Para descobrirmos onde este Jumper está localizado, precisaremos estar de posse do manual da placa. Geralmente este Jumper será expresso como CMOS RAM Clear Selector. Para realizarmos isso, é aconselhável que desconectemos os cabos da nossa placa. Depois de configurar o Jumper no local correto para apagar, basta ligarmos o computador e esperar por alguns segundos.
Obs: Se nós não voltarmos com ele para o lugar certo, a máquina não irá funcionar.

Escolhendo os Modelos de Memória: As placas mais novas vêm com encaixes para memórias DIMM e DDR, deixando a critério do usuário optar entre um e outro modelo. A única coisa a observar é que elas não podem funcionar juntas, ou seja, nós usamos apenas DIMM’s ou apenas DDR’s. E é claro precisamos de alguma forma dizer para a placa mãe qual modelo estamos usando. Esta configuração é feita através de um Jumper.
            Outro fato importante é a Voltagem das memórias. No manual da placa encontraremos instruções referentes à voltagem que estaremos passando para as mesmas.

3   CONECTORES DO PAINEL

            O botões e luzes que são encontrados no painel precisam ser ligados na placa mãe para que possam funcionar. Nos modelos AT, as luzes e o botão Reset ficaram conectados na placa, somente deixando para a fonte o Botão Power, já para os modelos ATX até o Power é ligado diretamente na placa mãe.
            Para os padrões AT teremos que ligar com muito cuidado o Botão Power da Fonte, caso contrário causaremos um curto. Encontraremos vários modelos e cada um deles pode variar. De qualquer forma vamos seguir este padrão apresentado abaixo:

            Já para as fontes ATX, não precisaremos nos preocupar com isso, pois este botão também é ligado a placa mãe através do conector Power Switch.
            Os detalhes apresentados acima são apenas referentes ao botão Power, vamos ver agora um pequeno esquema que serve de referencia para ligarmos os outros conectores.
KEYLOCK: Dificilmente encontraremos gabinetes que venham com os pinos referentes ao Keylock. Este serve para aqueles gabinetes antigos que vem com uma fechadura que ao ser girada, tranca o teclado evitando que outra pessoas mecham nos micros. Hoje em dia já está totalmente em desuso. Caso encontramos um destes, não precisaremos nos preocupar com a posição de encaixe, bastando coloca-lo no lugar certo da placa-mãe.
POWER LED: Este conector serve para ligarmos as luz referente ao Power, ou seja, aquela que fica acesa quando o computador está ligado. Este compartilha a mesma saída do Keylock, geralmente ocupando os três primeiros encaixes, deixando os dois últimos para o Keylock. Este possui polaridade, e deve ser ligado da maneira certa caso contrário a luz não ligará (se for o caso, basta invertê-lo).
HARD DISK LED: Este serve para a luz que acende apenas quando estamos acessando o HD. Também pode ser encontrado como HDD LED. Em alguns casos, existem mais encaixes do que pinos, para podermos nos referenciar é bom destacar que quase sempre o lado impresso (que está escrito HDD LED) do conector fica vira para o lado impresso da placa mãe (que está escrito que deve ser encaixado o HDD LED).
RESET SW: O Reset Switch como você já deve ter previsto serve para ligarmos o botão de Reset. Na placa mãe encontraremos para ele a referencia “Reset SW”, “RST” ou então “Reset”. Você não tem que se preocupar com a posição deste, pois ele não possui polaridade.
SPEAKER: Este (geralmente com quatro encaixes mas apenas dois fios – vermelho e preto) serve para ligarmos o pequeno alto falante encontrado na parte inferior do nosso gabinete. Como o RESET SW, este também pode ser encaixado de qualquer lado.
POWER SW: Apenas para as placas ATX ligar o botão Power. Geralmente seu encaixe na placa vem escrito “Power SW”, “Power Switch”, “ATX Power” ou “Power On”.
TURBO SW e TURBO LED: Estes também em desuso, serviam respectivamente para ligar o botão do Turbo e a Luz do Turbo. O Botão Turbo servia apenas para diminuir a freqüência interna do processador (técnica usada para rodar programas e jogos da época). Hoje em dia não encontraremos mais estes conectores.

Obs: Uma observação a ser feita é a de que para podermos trabalhar melhor com estes conectores, é necessário que estejamos com o manual de nossa placa, caso contrário perderemos muito tempo procurando a localização de cada um. Mas vale ressaltar que quando estaremos trabalhando com manutenção, nós nos encontraremos em duas situações, uma é aquela onde estaremos comprando as peças para montar nosso PC e então toda placa mãe vem com manual (não teremos grandes problemas). Outros casos são aqueles em que realizar uma manutenção de micros de usuários que já perderam esse manual. Caso precisarmos desconectar estes pinos, basta anotarmos em uma folha de papel a localização de cada um deles, para evitarmos trabalhos mais cansativos no futuro.

4   CABO DE ÁUDIO

            O encaixe do Drive de CD é exatamente igual ao do HD, apenas com a inclusão de mais um cabo, o de áudio. Este cabo serve para conectarmos o Drive de CD a nossa placa de som, caso contrário não poderemos ouvir CD’s pelo computador. Para os casos que a placa de som é On-Board, deveremos então conecta-lo direto em nossa placa mãe. Geralmente seu encaixe vem escrito “CDROM Audio”.

5   CONECTORES SERIAS E PARALELOS

            Outra coisa que precisamos nos preocupar, são os conectores seriais e paralelos que servem para conectarmos nosso mouse, impressora, etc. Estes detalhes só precisaram ser levados em consideração nas placas AT, pois nos modelos ATX, estas portas já vem totalmente embutidas na placa.
            Quando formos conectar, a única coisa que deveremos nos preocupar, é a posição de encaixe, que é similar ao da Interface do Disquete e das Interfaces IDE. O fita vermelha do cabo deve ficar virada na direção do Pino 1 (geralmente marcado na placa por um diferencial branco ou coisa parecida). Para ter certeza de onde encaixar-los, basta consultar o manual da placa.

Anexo 1

Processador
Clock interno
Multiplicador
Clock externo
Pentium
75 MHz
1.5x
50 MHz
100 MHz
1.5x
66 MHz
120 MHz
2x
60 MHz
133 MHz
2x
66 MHz
150 MHz
2.5x
60 MHz
166 MHz
2.5x
66 MHz
200 MHz
3x
66 MHz
Pentium MMX
166 MHz
2.5x
66 MHz
200 MHz
3x
66 MHz
233 MHz
3.5x (configurado como 1.5x)
66 MHz
Celeron
266 MHz
4x
66 MHz
300 MHz
4.5x
66 MHz
466 MHz
7x
66 MHz
500 MHz
7.5x
66 MHz
533 MHz
8x
66 MHz
566 MHz
8.5x
66 MHz
600 MHz
9x
66 MHz
Pentium II
233 MHz
3.5x
66 MHz
266 MHz
4x
66 MHz
300 MHz
4.5x ou 3x
66 ou 100 MHz
333 MHz
5x
66 MHz
350 MHz
3.5x
100 MHz
400 MHz
4x
100 MHz
450 MHz
4.5x
100 MHz
AMD K6
166 MHz
2.5x
66 MHz
200 MHz
3x
66 MHz
233 MHz
3.5x (configurado como 1.5x)
66 MHz
266 MHz
4x
66 MHz
300 MHz
4.5 ou 3x
66 ou 100 MHz
AMD K6-2
300 MHz
4.5 ou 3x
66 ou 100 MHz
350 MHz
3.5x
100 MHz
400 MHz
4x
100 MHz
450 MHz
4.5x
100 MHz
500 MHz
5x
100 MHz
6x86MX Pr 166
133 ou 150 MHz
2x ou 2.5x
66 ou 60 MHz
6x86MX Pr 200
166 MHz
2.5x
166 MHz
6x86MX Pr 233
187 ou 200 MHz
2.5 ou 3x
75 ou 66 MHz
6x86MX Pr 266
225 ou 233 MHz
3 ou 3.5x
75 ou 66 MHz
6x86MII Pr 300
225 ou 233 MHz
3 ou 3.5x
75 ou 66 MHz
6x86MII Pr 333
250 MHz
2.5x
100 MHz
6x86MII Pr 350
300 MHz
3x
100 MHz

Obs: Estes 7 últimos processadores, deve se observar que apesar de seu nome conter o termo Pr (algum número), sua freqüência é menor que este número. Este número serve apenas como uma comparação com o Pentium.

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