1 INTRODUÇÃO
Como já
sabemos, as memórias voláteis (Memória Principal) têm papel fundamental em
nosso computador. Sem elas o processador ficaria extremamente limitado à baixa
performance dos discos rígidos. Nesta apostila veremos mais afundo como
funcionam, e algumas características das memórias.
2 ASSÍNCRONAS E SÍNCRONAS
Antes
de começarmos a estudar sobre as memórias, vamos primeiro entender as possíveis
maneiras que elas trabalham. Existem tecnologias mais antigas que adotam o
sistema assíncrono (não sincronizado, ou seja, aquele que não trabalha
na mesma freqüência da placa-mãe). Geralmente um modelo assíncrono se enquadra
em qualquer placa-mãe que lhe de encaixe, pois tendo sua freqüência
independente, ele não tem uma velocidade mínima permitida estipulada. Já um
modelo síncrono funciona de maneira inversa, eles precisam ter a mesma
freqüência (ou maior, como veremos mais a frente) que a placa-mãe acompanhando
assim a sua performance. A grande vantagem nisso, é que com essa tecnologia, a
placa-mãe não precisa esperar para ter acesso à memória e ganha assim muito
desempenho.
3 TECNOLOGIAS
Antes de
estudarmos os modelos e formatos das memórias, vamos ver as possíveis
tecnologias que as mesmas empregam. Estas são FPM, EDO e SDRAM.
FPM (Fast Page Mode):
Apesar de serem compatíveis com os computadores atuais, essas memórias se
tornaram obsoletas graças a sua performance se comparada com as tecnologias EDO
e SDRAM. Elas trabalham de forma assíncrona e geralmente nas velocidades de 80
e 70 nanossegundos. Existem modelos de 30 e 72 vias (uma via é uma área de
contato com o encaixe da placa mãe).
EDO (Extended Data Output): Mesmo
está, ainda adotando um modelo assíncrono, possui um desempenho cerca de 20%
maior que o modelo FPM, graças a melhorias na arquitetura. Quase que a maioria
dessa tecnologia ficou voltada para os modelos de 72 vias, existindo
pouquíssimos exemplares dos modelos de 168. Os modelos de 30 vias só adotaram a
tecnologia FPM. Elas geralmente trabalham numa velocidade de 70, 60 e 50
nanossegundo, sendo quase que exclusivamente as de 60.
SDRAM (Synchronous Dynamic Ram):
Estas praticamente ganharam o mercado graças à adoção pela arquitetura síncrona
que pode variar entre 66, 100, 133, 166 e 200 MHz. Todas as memórias SDRAM’s
trabalham com os modelos de 168 vias. Como elas acompanham a velocidade da
placa-mãe, seus tempos de acesso são muito menores que os modelos FPM E EDO,
ficando nas casas dos 15, 12, 10, 9, 8, 7 ou 6 nanossegundos. Para descobrirmos
a qual freqüência que ela opera, basta dividimos 1000 por seu tempo de acesso.
Por exemplo: uma memória que possui um tempo de acesso de 15 nanos funciona a
uma freqüência de 66 MHz (1000 dividido 15 é aproximadamente 66). Deixando
claro que está técnica não têm cem por cento de aproveitamento, sendo assim
pouco utilizada, só em casos em que não existe outro meio.
Uma
curiosidade sobre as memórias é a de que, geralmente, nós não conseguimos
descobrir (distinguir) se uma memora de 72 vias é do modelo EDO ou SDRAM (facilmente),
pois isso não vem escrito nela. Uma maneira que temos para fazer isso é a
seguinte: Todos os modelos de 30 vias são FPM, e todos os modelos de 168 vias
são SDRAM, a confusão fica apenas nos modelos de 72 vias, onde podemos
encontrar tanto as tecnologias EDO e FPM. Para podermos distinguir, temos que
ler no final da primeira ou segunda linha das configurações escritas no seu
chip qual é a sua freqüência. Nós podemos encontrar os valores 7, -7 ou 70 ou 6,
-6 ou 60 que representam respectivamente as freqüências de 70 e 60 MHz. Como
quase todas as memórias EDO trabalham a uma freqüência de 60 nanos, podemos
então diferenciar através deste valor, uma memória EDO de 72 vias de uma FPM de
72 vias.
4 MÓDULOS DE MEMÓRIA
Vamos ver
agora, os principais módulos de memórias que existem:
SIMM de 30 VIAS: A sigla
SIMM significa Single In Line Memory Module, ou seja, só possuem uma única
linha de contato com a placa-mãe. Estes módulos trabalhavam com palavras de 8
bits, ou seja, a cada acesso que o processador fazia a uma delas, conseguia
buscar apenas 8 bits. Como os processadores 386DX e 486 já acessavam a memória
com palavras de 32 bits, era preciso nestes casos usar até quatro módulos de
memórias idênticos para poder formar os bancos. Já para os que a acessavam a 16
bits, apenas dois módulos já eram suficientes.
Estes
módulos possuíam capacidades de 512KB, 1MB, 4MB, 8MB e 16MB.Vejam abaixo uma
foto de um modelo de 30 vias:
SIMM de 72 VIAS: Para
acabar com a inconveniência que os módulos de 30 vias traziam pela necessidade
de se usar 4 módulos para dar suporte aos processadores que acessavam a memória
a 32 bits, é que os fabricantes criaram os módulos de 72 vias que funcionam a
32 bits. Este foi muito usado nos processadores 486 e Pentium. Como o Pentium
já acessava 64 bits, eram necessários dois módulos para que ele pudesse
funcionar, já para os 486, apenas um já lhe dava suporte.
Vejam
abaixo uma foto deste módulo de memória:
DIMM (Double In Line Memory
Module) de 168 Vias: Este módulo já apresentava 168 vias de contato com a
placa-mãe, e por isso adotou as duas faces de contato para suprir essa
necessidade. A partir dos contatos de 168 vias, um único módulo era capaz de
suportar os processadores de 64 bits de acesso à memória.
A partir
destes modelos, as memórias passaram a adotar a tecnologia SDRAM, ou seja,
trabalham sincronizadas com a placa-mãe. Vejam sua foto:
DDR: Estas praticamente
são iguais as SDRAM’s comuns, só que com um único detalhe muito importante,
elas transferem dados duas vezes por ciclo, ou seja, em quanto uma DIMM de 100
MHz e 64 bits, temos uma transferência de 800 MB por segundo (64 bits é equivalente
a 8 bytes, vezes 100.000.000 hertz – 100 MHz – temos aproximadamente
800.000.000 bytes – 800 MB) uma DDR temos simplesmente o dobro, ou seja, 2
vezes 64 bits, o que dariam supostos 128 bits por ciclo e conseqüentemente, uma
DDR de 100 MHz teria taxas de aproximadamente 1.6 GB. Uma grande vantagem das
memórias DDR é o seu baixo preço (levando em consideração sua performance),
graças a grande produção. Vejam sua foto:
RAMBUS (Rambus Inline Memory
Modules) ou RIMM: Esta memória inovou em algumas tecnologias,
principalmente se tratando das freqüências que podem chegar até 400 MHz com
duas freqüências por ciclo, o que dariam 800 MHz. Vendo só por este lado, essa
memória seria perfeita, mas temos que levar em consideração o importante fator
de que ela só trabalha com palavras de 16 bits, e justamente por isso é que
alcança grandes velocidades. Outro detalhe é que elas custam em geral, o dobro
de uma DDR (fator que as tornam muito mais caras, sem levar em consideração que
o chipset da placa-mãe também precisa acompanhar a alta tecnologia e conseqüentemente
mais caro também). Como funcionam apenas a 16 bits, para usarmos elas com
processadores de 64 bits de acesso, precisaremos de 4 memórias (o que a torna
mais cara ainda).
Vejam
sua foto:
5 CORREÇÕES DE ERROS
As
memórias mais antigas apresentavam possibilidades de erros no processo em que o
processador buscava seus dados, e foi por isso que foram desenvolvidas técnicas
para driblar esses erros, estas são a ECC e a de Paridade.
A
Paridade é um método mais antigo, onde é usado um bit a mais para poder se
detectar o erro. As memórias que possuem essa tecnologia vêm com os bytes
formados por 9 bits (8 para o convencional byte e 1 para a técnica de
paridade). A técnica de ECC é uma mais aperfeiçoada onde os bytes possuem de 10 a até 11 bits. Inclusive, a
mesma é usada também, para se detectar erros em Drives de CD, e Discos Rígidos
onde a chance de erro é maior.
6 DETALHES
Uma observação que não poderia deixar de ser feita é
em relação às memórias SDRAM. Como já dito, as SDRAM’s funcionam na mesma
freqüência da placa-mãe, então uma placa com freqüência de 100 MHz, precisa
trabalhar com memórias de no mínimo 100 Mhz, ou seja, as memórias de 133
Mhz funcionam em placas de 100. O que não pode é colocar uma memória de 66 Mhz
em uma placa de 100 ou então uma memória de 100 numa placa de 133. As memórias
com freqüências maiores suportam trabalhar em placas de bus (freqüência)
menores.
7 BIBLIOGRAFIA
Hardware:
Guia de Aprendizagem Rápida PC / Carlos Morimoto
2. ed. – Rio de Janeiro: Book Express, 2001
As fotos foram conseguidas no
Google.
Exercícios
1 – Vamos supor que você possua os seguintes processadores
mostrados na coluna da esquerda e que tenha que colocar os módulos de memórias
listados na direita de acordo com os bits de acesso de cada um.
Pentium (64 bits de acesso à memória)
|
SIMM de 30 Vias
___________________________________
SIMM de 72 Vias (EDO)
___________________________________
DIMM SDRAM ou DDR de 168 Vias
___________________________________
RAMBUS
___________________________________
|
386DX (32 bits de acesso à memória)
|
SIMM de 30 Vias
___________________________________
SIMM de 72 Vias (EDO)
___________________________________
|
486 (32 bits de acesso à memória)
|
SIMM de 30 Vias
___________________________________
SIMM de 72 Vias (EDO)
___________________________________
|
2 – Se quisermos instalar 256 MB de memória RAM em nosso
computador, e optarmos por usar memórias DDR para acompanhar nosso Pentium III
de 933 MHz (bus de 133 Mhz) de que acessa a memória a 64 bits. Quantos e quais
módulos precisaremos comprar?
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