1 INTRODUÇÃO
Como já
vimos, a placa-mãe é o componente que dá suporte a todos os outros dispositivos
de um computador. Nela encontramos, desde o encaixe para a Fonte de Alimentação
até o encaixe para o Processador. Antes de conhecermos melhor alguns desses
encaixes, vamos ver os dois principais formatos de placa mãe, o formato AT e o
formato ATX, depois vamos conhecer melhor as possibilidades de expansão que
nossas placas nos trazem.
2 PRINCIPAIS FORMATOS
Existem
muitos modelos de placas mãe, mas alguns destes ficam restritos apenas aos
computadores das empresas e instituições de grande porte, pois como são feitas
para trabalhos mais pesados (exigem alta performance) são projetadas
especialmente para certas ocasiões. Nosso estudo ficará concentrado apenas nas
placas que temos mais em comum nos computadores pessoais, aquelas que
certamente ocupam a grande maioria dos PC’s. E se tratando destas, podemos
destacar dois tipos:
AT: Tem como sua principal característica, o
tamanho que é em certos casos bem menor que a do ATX, além é claro de que ela
ainda suporta um modelo de fonte mais antigo, na qual nós precisamos desligar o
computador manualmente quando estivermos encerando o mesmo, ou seja, quando
desligamos o sistema operacional, ao passar um tempo aparecerá na tela uma
mensagem confirmando a hora que podemos desligar o computador, e só ai, é que
nós apertamos o botão Power para desligá-lo.
Outro importante detalhe é o de
que devemos ter cuidado ao encaixar uma fonte AT na placa mãe, pois ela possui
dois encaixes e os fios pretos destes encaixes sempre devem ficar
virados para dentro. Apesar de que alguns modelos não permitem o encaixe de
maneira errada, devemos prestar atenção ao encaixa-los caso contrário podermos
queimar nossa placa.
ATX: Este formato ao contrário do formato AT, é bem
maior. Este novo designer permite que os componentes não fiquem amontoados uns
nos outros como no formato AT. A grande tacada deste formato é que ela permite
que a fonte de energia seja controlada via software e por isso dá suporte para
que a placa desligue sozinha (não precisamos mais esperar aquela tela dizendo
que o “Seu computador já pode ser desligado corretamente”). Em alguns modelos
podemos agendar até horários para que nosso computador ligue sozinho.
Existe
uma variação do modelo ATX, o qual chamamos de Micro ATX. Ele simplesmente é um
modelo ATX só que de tamanho reduzido (igual ao AT). Outras variações são
placas que permitem os dois modelos, ou seja, tem encaixes para fontes AT ou
AX.
A
tendência é que os modelos AT sejam totalmente substituídos pelos modelos ATX,
pois são menos práticas. Outro importante detalhe que não poderia ser esquecido
é o de que uma placa AT só pode ser usada em conjunto com uma fonte AT, e uma
ATX só com uma fonte ATX, ou seja, a Fonte de Alimentação deve dar suporte ao
modelo da placa.
3 BARRAMENTO
Antes
de vermos outras características das placas mãe, vamos entender o que é o Barramento.
Barramento são portas pelas quais o processador pode se comunicar com os outros
componentes do micro. Podemos fazer uma simples analogia do barramento ao de
uma rodovia, pela qual os carros devem dividir (compartilhar) o mesmo meio para
poderem chegar a determinado local. O mesmo pode se dizer do barramento, pois é
através dele que os demais componentes têm acesso ao processador (ou melhor
dizendo, o processador tem acesso a eles). Já vimos alguns desses componentes,
o HD (apesar de ainda não termos estudado a fundo, o Drive de CD usa a mesma
entrada – interface – do HD, a IDE) e a memória. Estes também compartilham o
mesmo caminho, o Barramento. Vamos ver agora outros Slots que compartilham este
caminho, os chamados Slots de Expansão.
4 PLUG AND PLAY (PnP) E MASTERING BUS
Antes de conhecermos os
Slots, vamos entender duas tecnologias que com o passar do tempo eles foram
obrigados a suportar para poderem acompanhar a evolução das placas mãe.
Plug and Play: Esta tecnologia suportada por ambas as
partes (tanto a placa mãe quanto o componente) possibilita a configuração
automática (para os casos de S.O.s que possuem este suporte) e detecção dos
componentes instalados. Parece ser complicado, mas esse sistema segue uma
simples lógica: Quando um micro é ligado, ele faz uma espécie de pergunta “Que
é?” a todos os componentes que encontra, o simplesmente o componente
responde, “Sou a placa de Som.” (por exemplo). Por isso é necessário que
ambos componentes tenham essa tecnologia.
Bus Mastering: Está tecnologia permite que o
componente tenha o acesso direto a memória RAM poupando o trabalho do
Processador. Ele trabalha acessando diretamente a memória RAM de maneira melhor
e mais eficaz que às portas DMA (portas de acesso direto à memória) que veremos
mais à frente.
5 SLOTS DE
EXPANSÃO
Estes
foram um poderoso time na placa mãe, pois são eles que nos permitem encaixar as
placas como, a Placa de Som, de Fax-Modem, de Vídeo e etc. Vamos ver os
principais deles e entender sua evolução.
ISA (Industry Standard Architeture) de 8 Bits: Como
na época os processadores se comunicavam com os componentes usando palavras de
8 bits, este já dava total suporte, porque além de trabalhar com palavras de 8
bits, permitia que fosse acesso com uma velocidade de 8 MHz, o que na época era
algo muito rápido. Hoje em dia este Slot está totalmente em desuso,
dificilmente encontramos placas que tenham suporte a ele.
ISA de 8 Bits
ISA de 16 Bits: Para acompanhar a evolução dos
processadores que passaram a cessar os componentes com palavras de 16 bits, é
que foi projetado o modelo ISA de 16 bits que também funciona com uma
freqüência de 8 MHz. Este também já em desuso praticamente dominou o mercado de
um tempo atrás. Apesar de (hoje em dia) ser lento, ainda encontraremos muitas
placas que dão suporte a ele.
ISA de 16
Bits
MCA (Micro Chanel Architeture): Este Slot da IBM
foi para época uma grande inovação, pois além de trabalhar com uma freqüência
de 10 MHz, ele foi o primeiro a apresentar as tecnologias Bus Mastering e Plug
and Play, mas como para a época ainda era muito caro, caio em desuso. Outro
fator que contribuiu para isso é o de ele ser patenteado pela IBM, o que
impedia que outros fabricantes o produzissem, além é claro de ser incompatível
com o ISA. Este Slot trabalhava com palavras de 32 Bits.
MCA de 32
Bits (IBM)
EISA (Extended ISA) de 32 bits: Para competir com a
IBM, a Compaq lançou este modelo que também dá suporte ao Bus Mastering e ao
PnP só que trabalhando numa freqüência de 8 MHz. Também trabalhava com palavras
de 32 bits só que a grande tacada foi a de que ele é compatível com o Slot ISA,
na verdade este só é uma evolução do mesmo. É claro que um Slot ISA encaixa num
Slot EISA, mas o contrário não é verdadeiro. Em alguns micros, encontraremos
este Slot (com mais facilidade que o MCA) mais são poucos, pois este também era
caro.
EISA de 32
Bits
VLB (Vesa Local Bus) – VESA: Mais conhecido como
VESA, este Slot nasceu com o intuito de suportar grandes taxas de
transferência. Apesar dele não ter suporte ao PnP e ao Bus Mastering, ele teve
grande aceitação. O que o fazia trabalhar com grandes era o simples fato de que
ele trabalhava na mesma freqüência que a placa mãe, além é claro de trabalhar
com palavras de 32 Bits. Pelo fato de não ter um grande custo e de ser
compatível com o ISA, este Slot se tornou quase que padrão para as placas do
486, mas como em alguns casos ele era incompatível com o Pentium, as placas de
suporta-lo.
VLB – VESA de
32 bits
Uma outra observação é a de que
ele trabalhava em conjunto com um Slot igual ao ISA em umas das partes,
deixando a outra (a da foto acima) apenas para os componentes que trabalhavam
com ele.
PCI (Peripheral Component Interconnect): Hoje em
dia, o PCI praticamente toma conta do mercado, pois ele além de suportar o Plug
and Play trabalha a uma freqüência de 33 Mhz e pode ser encontrado nos modelos
de 32 e 64 (mais raros) bits. Uma outra vantagem desse Slot pe o de que ele têm
uma controladora dedicada no Chipset, o que evita que o processador perca tempo
em controla-lo, o que ocorre por exemplo no VLB. Outro detalhe é que ele foi
desenvolvido pela Intel (que por acaso também fabrica Chipset’s que são suporte
a ele).
PCI de 32
Bits
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AGP (Acelerated Graphics Port) e AGP Pro: O Slot
AGP é o mais usado para periféricos que necessitam de grandes taxas de
transferência (placa aceleradora de vídeo por exemplo). Ele funciona duas vezes
mais rápido que o PCI, ou seja, a 66 MHz (nos primeiros modelos). Os Slot AGP
também possibilita que uma placa de vídeo possa acessar diretamente a memória,
só que com a grande vantagem de ter seu próprio Barramento específico para ela,
assim ela não precisa compartilhar o mesmo, com nenhum outro periférico. Graças
a todas essas vantagens, este é o preferido pelas placas de vídeo de hoje em
dia (como exemplo podemos citar as GForce).
AGP de 32
bits
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Os Slots
AGP podem ser encontrados em vários modelos que são separados pela taxa de
transferência. Os 1X trabalham com taxas de 266 MB/s (66 MHz vezes 4 Bytes – 32
bits), os 2X com taxas de 533 MB/s (66 MH\ vezes 8 Bytes, ou seja, trabalha com
64 Bits) e o 4X que trabalha com taxas de 1.066 GB/s (trabalha com palavras de
128 bits).
Além dos
AGP’s comuns temos ainda os Slots APG’s Pro, que nada mais são do que Slots AGP
4X com mais contados que os AGP comuns. Graças a esses contatos é possível
oferecer mais energia para as placas, o que no futuro nos darão placas cada vez
mais rápidas. Outro detalhe é o de que o Slots AGP Pro são compatíveis com os
AGP, mais o contrário não.
AGP Pro
Normalmente, as placas
aceleradoras de vídeo possuem sua própria memória e seu próprio processador,
evitando assim quase que por completo uso do processador para realizar os
cálculos referentes as imagens, não deixando para ele estes cálculos mais
específicos.
AMR (Áudio Modem Riser): Este Slot foi criado
especificamente para suportar placas de Fax-Modem e Som só que com a grande
diferença de ambas serem controladas via Software. Os mais comuns são os
Modems, muito conhecidos como Softmodens ou ainda Winmodens. É claro que por
serem controladas por softwares, seu preço cai mais que a metade, pois muitos
dos componentes que são empregados nas placas comuns são deixados de lado
nestas, o que logicamente deixaria-a muito mais barata. Em compensação, o
processador estaria diretamente ligado ao seu funcionamento, pois como todos
nós sabemos, é ele que é o responsável pelo processamento destes programas e
quaisquer outros programas.
Placa Fax-Modem
que usa o Slot AMR (Winmodem)
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Slot AMR
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PCMCIA: Este slot são bastante comuns em Notebooks
e Handhelds pois permitem o encaixe para pequenas placas que são mais ou menos
do tamanho de um cartão de crédito. Muitas vezes são a única maneira que temos
de expandir os recursos destes tipos de computadores. Este periférico é
totalmente PnP, bastando que se conecte ao computador (com ele ligado) e estar
usando um S.O. compatível com estes recursos. Logo de cara ele reconhece o
periférico e você já pode utiliza-lo normalmente. Como são bem pequenos,
conseqüentemente a tecnologia ainda é muito cara, por isso fica restrita aos
equipamentos portáteis.
Exemplo de
encaixe no Notebook
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Foto de um
Slot PCMCIA
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Placa
PCMCIA
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Placa
PCMCIA
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6 PORTAS
SERIAIS, PARALELAS, OS/2 E USB
Geralmente,
estes são os termos mais comuns para os leigos, pois são através dessas portas
que comumente ligamos os mouse, impressoras e etc (ou seja, os componentes
externos – periféricos de entrada e saída). Pouco tempo atrás usávamos as
portas serias e paralelas (ainda muito comuns) para conectar nossos mouses,
teclados e impressoras, mais hoje em dia é mais comum as portas PS/2 e USB.
Dentre
estes, vamos frisar o USB que é uma porta totalmente PnP, que possibilita o
encaixe de qualquer dispositivo sem precisar reiniciar o PC, além é claro da
vantagem de ser rápido, e possibilitar que vários componentes sejam conectados
em uma única porta.
Abaixo temos uma foto de uma
série de portas, geralmente encontradas nos micros de hoje (juntamente com as
entradas USB).
7 PEDIDOS DE
INTERRUPÇÃO (IRQ)
Os
pedidos de interrupção analogicamente podem ser explicados como as possíveis
maneiras que os dispositivos têm para poder dizer ao processador que eles estão
precisando de atenção. Assim o processador para de realizar suas tarefas
temporariamente para dar atenção a este dispositivo. Existem vários endereços
de IRQ e cada um serve para atender (endereçar) a um periférico, jamais dois
dispositivos compartilham o mesmo endereço IRQ. Na BIOS temos a possibilidade
de alterar os endereços de IRQ, mas só para os casos em que existam periféricos
que necessitam ser configurados, está prática é relevante, caso contrário
estaríamos perdendo tempo, pois o micro organiza-os sozinho.
8 ACESSO DIRETO
À MEMÓRIA
São
portas que os dispositivos têm para poderem acessar direto a memória RAM,
evitando assim que o processador fique ocupado com tais tarefas. Existem 8
portas e cada dispositivo só pode ocupar uma delas por vez (como nas portas
IRQ). As 4 primeiras portas permitem a comunicação a 8 bits e as últimas a 16,
ficando assim destinado a elas o periféricos mais rápidos, e as primeiras, os
mais lentos. Como estas portas (tanto as de 8 quanto as de 16 bits) são muito
lentas, elas ficaram apenas destinadas aos periféricos mais lentos, como o HD,
Drives de CD’s e Diquetes e algumas placas extremamente lentas como as de Som
por exemplo. Para os periféricos mais rápidos foi desenvolvida a tecnologia Bus
Mastering que é uma espécie de DMA mais melhorado.
9 PROBLEMAS E
CONFLITOS DO PLUG AND PLAY
Como já
sabemos, existem periféricos que são totalmente compatíveis com o PnP, mas do
outro lado temos aqueles que não são. Os conflitos podem acontecer quando
usamos num mesmo computador periféricos compatíveis e não compatíveis com este
recurso, pois a BIOS poderá sobrepor recursos utilizados pelos periféricos mais
antigos para que os novos funcionem. Por exemplo, vamos supor que nós tenhamos
uma placa de som que não dá suporte ao PnP, e que todos nossos outros
periféricos possuem este suporte. Ao conectarmos estes dispositivos no micro, a
BIOS logo se encarregará de distribuir as portas IRQ’s e DMA’s entre os
dispositivos que ela reconhece (os que dão suporte ao PnP), e já nossa antiga
placa de som, como não foi reconhecida pode ter uma de suas portas sobreposta
por uma nova configuração realizada pela BIOS, fato este que causará um
conflito.
Para
evitarmos isso, basta entrar na sessão “PNP/PCI” da nossa BIOS e reservar as
portas para nossa placa de som, antes é claro de deixar que a BIOS reconheça os
outros periféricos, feito isso, ao ser realizado a auto alocação das portas,
estas portas predefinidas não serão usadas, e conseqüentemente nosso micro
ficará livre dos conflitos.
10 BIBLIOGRAFIA
Hardware:
Guia de Aprendizagem Rápida PC / Carlos Morimoto
2. ed. – Rio de Janeiro: Book Express, 2001
As fotos foram conseguidas no Google.
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